quarta-feira, 23 de novembro de 2011

o muro

foto: Kaio. Curitiba, Sítio Cercado,meados de 2011.



Eduardo Galeano, o uruguaio, diz em seu livro O teatro do Bem e do Mal que os muros da cidade não são de ninguém. que os muros da cidade dividem algo imaginário, ilusório: a propriedade pública da privada. 
Claro, Galeano! Quem disse que esse pedaço de chão é meu, e esse é teu?
mas Galeano, além, diz que "pobre das cidades que têm seus muros quietos". 
Os muros são como painéis, devem expressar sim o que a cidade é, o que pensa a cidade, o que ela quer. 
já bastam os jornais que não dizem nada, já bastam os veículos de comunicação em sua viagem débil mental, poluindo a existencia, caricaturizando tudo.
o que tens a dizer? diga no muro!
e o stencil? otimo.
faça o que Leminski disse: use a publicidade pra coisas mais interessantes, por exemplo, compartilhar questionamentos e não aderir produtos.
quero que a minha cidade se olhe, e veja, o quanto está despida de si mesma - agora, é ao contrário: deveria tu cidade se vestir de tintas, de pessoas, e deixar  A GEOGRAFIA CRUEL da economia, da posse de terras ir pra puta que o pariu.
quero ouvir os muros gritando! 
amém!




Kaio Miotti

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