terça-feira, 8 de novembro de 2011

partirás perdido

foto:Vinícius.



O final foi triste. nos despedimos as três da tarde. Tava calor pra caralho, o suor salgado com lágrimas, o copo cheio, bêbados sem conversar  direito, sem se olhar direito, casaco de poeira, não dava pra respirar, areia na cerveja, nos olhos.
Antes era mais uma de meter o pé, gás, tesão. O crepúsculo era um chão gelado sob corpos quentes, ali, e nos desejávamos algo mais, é... éramos uma revolução; saqueávamos paraísos herméticos da selva urbana, intervíamos, quer dizer, havia um existência, uma banda tocando, blues, baião, cortando o aço, deus!

Agora resta cold feeling, é Albert Collins numa vitrola pra ser mais fácil de apertar o botão stop – e parar a dor? Hum?
Não, benzinho, a casa era tua; sem ter nada o lar do cara é a estrada.



Kaio Ribeiro.

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